quarta-feira, agosto 30, 2006

Fiz-me à brisa do tempo

Upa! Foi assim que com um empurrãozinho entrei na brisa e suavemente lá comecei a viagem. Fiz-me ao mar!
É bom começar aventuras, partir rumo a um objectivo. Esses por vezes parecem estar bem longe mas logo, logo vêm a correr ter connosco numa ventania desenfreada que até nem damos conta que já chegámos lá. Outras vezes partimos à aventura assim mesmo, sem objectivos, sem nada às costas ou na bagagem. Apenas o nosso balão levezinho para podermos ver tudo com olhos de quem vê o mundo pela primeira vez e se deslumbra com tudo o que vê. Sempre com a esperança que encontremos aquele deslumbro que nos vai mudar a vida. Que possamos olhar e suspirar de alegria com um sorriso nos lábios. Assim, talvez seja até melhor. Partir rumo a algo que não se sabe o que é. Não temos expectativas no que encontrar. Apenas a certeza que somos nós que sopramos as velas, o balão... e que chegaremos onde quisermos bastando para isso acreditar. E o que vier será sempre bom! O que quer que seja. Pode-se pensar que é deixar de sonhar deixarmo-nos ir com a brisa, mas digo-vos que não. Com ela vamos saboreando os vários portos de abrigo pelos quais passamos e então quando se pára no seu regasso podemos sonhar como serão os próximos sítios por onde vamos passar. Se não forem como sonhámos, podemos pintar ou escrever e lançar ao mar. Pode ser que alguém apanhe esse sonho e o torne no seu próprio sonho e sem dares por ela podes-te cruzar com ele mais tarde no caminho.
E foi assim que eu me lancei na brisa que me há-de levar onde eu sonhei, num mar onde já fui pintando alguns sonhos e apanhando outros! Até onde é que esta brisa quente me quer levar?

domingo, agosto 27, 2006

Borboleta Aazzuull

Eh! Tinha adormecido a olhar para as nuvens e a tentar imaginar que formas é que me faziam lembrar. Vi tanta coisa desde animais, balões, flores... e, sem dar por ela estava eu sereno a descansar já com os olhitos fechados. É bom quando assim é! Ficamos com uma paz que só visto. Mas depois senti uma comichão no nariz. É tão giro ter comichões. Parece que o sítio da comichão nos quer dizer um segredo e depois vamos nós lá dizer que não queremos saber. Se calhar deviamos ouvir as nossas comichões podem trazer-nos coisas boas. Por exemplo, eu acordei com a comichão no nariz. Era uma Borboleta Aazzuull! Vi-a de tão perto que a conseguia ver a sorrir para mim. Ficou ali um bocadito a dizer-me o segredo dela e depois soprei devagarinho e ela voou com a sua leveza e suavidade. Só vos digo é que os segredos das borboletas nos fazem sorrir. Experimentem falar com uma!
Às vezes, bem as queremos seguir porque ficamos deslumbrados ao olhar para elas com as suas cores, que quase nos hipnotizam. São bem bonitas. Esta até tinha um sorriso. E que sorriso! Desses não consegui encontrar nas formas das nuvens... Se calhar é por isso mesmo que existem as borboletas. Para que no dia a dia saibamos que há coisas bonitas que duram pouco tempo e que por vezes estão tão escondidas e tão difíceis de encontrar, que quando as achamos ficamos mais leves e conseguimos voar como elas nem que seja por momentos... como a Borboleta Aazzuul, ela voou e muito! Para onde? Só o vento e o tempo o sabem. Se quiserem saber, aprendam a escutá-los. São os dois sábios que podem encontrar pelo caminho. Perguntem-lhes onde é que podem encontrar as borboletas dos sorrisos... é um deslumbro garantido!

quarta-feira, agosto 23, 2006

A Dona Lua

Hoje estava-me mesmo a apetecer visitar a Dona Lua. Já não lhe fazia companhia há algum tempo. Tive que pensar muito forte e chamar o Kiro para me levar até ela. Estava mesmo com saudades! De ficar a olhar as coisas do alto para se ter outros deslumbros que às vezes nos passam ao lado. Por vezes, esquecemo-nos que existem outras pessoas. Por vezes, pensamos que estamos sozinhos no mundo. Mas se pensarmos bem, somos tão pequeninos e daqui de cima dá bem para ver isso. Tanta gente no mundo, tantos sonhos, tantas tristezas, cada um a correr para a sua vida, por vezes nem dando conta de quem está ao nosso lado ou mesmo da Dona Lua que está aqui e que volta e meia vai sorrindo para nós. E tão bom que é olhar para ela a sorrir. Parece que nos enche o balão e quase que só com isso podiamos ir ter com ela. A noite sem ela seria triste e não era possível pensar em sonhar ou mesmo cantar. Quando estou com ela, vai-me contando as histórias fantásticas que as estrelas que por ela passam lhe vão contando. Contou-me de uma estrelinha que lhe confessou que se sentia tão sozinha e pequenina que até parecia que ninguém olhava para ela. Ao que a Dona Lua lhe respondeu 'Por mais pequenina que sejas há sempre olhos que te querem ver e guiar-se por ti, por isso, enche o peito com a tua luz para que esses olhos saibam por onde ir'.
Fiquei sem palavras ao ouvir isto! É tão verdade! Temos sempre algo para dar por mais pequeno que seja. E que bom era que não se guardasse dentro de nós o que temos para dar...e pode ser tanto!
Gosto mesmo da Dona Lua e das suas histórias! Hoje até vou ficar aqui a noite toda com ela aconchegado no seu mimo. E antes de adormecer vou cantar a música que todas as noites canto para poder sempre sonhar e não ter medo de o fazer...

"Dona Lua, lá na rua
Diz ao sol p'ra se ir deitar
Com a memória de uma história,
Está na hora de ir sonhar

Posso ir ao céu, navegar no mar,
Posso fazer tudo a sonhar! Tu também!
E é tão bom dormir e imaginar,
Que logo amanhã vou acordar!"

Bom soninho e bons sonhos...

domingo, agosto 20, 2006

O Sr.Pato Xoné

Um destes dias enquanto passeava, num fim de tarde daqueles bem agradáveis depois de uma chuva intensa, onde se sentia ainda o cheiro a terra molhada de verão encontrei um agradável Pato. O Sr.Pato Xoné e vive num guarda-chuva ao contrário. "Olha que tolice viver num guarda-chuva ao contrário", pensei eu para mim quando o vi. Mas depois de falar com ele por alguns momentos entendi o propósito de tão estranha coisa. Ele explicou-me que sempre que a lâmpada do seu guarda-chuva se acendia é porque alguém tinha lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto. Isto acontece quando se dá um tropeção (daqueles que até se tricam os lábios para não fazer muito barulho). Então, o guarda chuva, a rodopiar pelo ar, leva o Sr.Pato Xoné até essa pessoa e as lágrimas caem dentro do guarda-chuva para que se transformem no mundo onde o Sr.Pato nada e vive. Ele não diz nada. Ele não faz nada. Apenas olha e colhe as lágrimas. Depois bate as asas para dar ar novo à pessoa e diz-lhe para olhar para o fundo do guarda-chuva. "E o que é que ela vê?", perguntei eu cheio de curiosidade. Pois parece que vê uma alegria próxima que há tanto deseja. E assim ganha novo alento e as lágrimas param mesmo de cair. E antes de partir, o Sr.Pato dá uma das penas da sua asa e pede para a guardar até que a alegria que foi vista aconteça. Só assim é que que a sua lâmpada continua a funcionar e a poder voar.
Depois de mais uns dedos de conversa com o Sr.Pato segui caminho. Pus-me a pensar que por vezes podemos achar que algumas coisas que vêmos são tolices muito grandes mas no fundo elas poderão ser o reconforto para alguém que nos é distante ou que até nem nos lembramos. E também que apesar de algumas pessoas parecerem fechadas no seu mundo, como Sr.Pato Xoné sempre no seu guarda-chuva ao contrário, se calhar fazem mais pelo bem estar dos outros do que muitos que quase querem um sinal luminoso por cada coisa que fazem.
Acho que até devia haver mais Srs. Patos Xonés por aí. Ele faz-me lembrar a expressão do 'trabalhar sem esperar recompensa'. Da tristeza consegue fazer um sorriso e esperança! Isso é um deslumbro que pelo que vivi já pouco se vê pelo mundo...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Chuva, chuvinha

Ahh!Que bom, uma boa chuva para resfrescar as ideias. Têm mesmo sido uns dias assim bem cinzentões, que trazem o vento, o frio e a chuva. Mas, enquanto isso a vida continua, porque as pessoas continuam a sua rotina. Aquela de sempre, fechada no seu próprio mundo. Mas se calhar às vezes até sabe bem parar para ver a chuva a cair, ou então porque não ouvi-la?! Por vezes é uma música que é um deslumbro só. Acho que devia haver um dia por ano de chuva em que não haveria guarda-chuvas e as pessoas fossem para a rua apanhar água na cara, sentir os pingos a cair directamente na pele e ter arrepios. Uns arrepios que só nos dizem que estamos vivos e que estamos mesmo a saborear a vida. E depois disso poder ir para o lar e tomar um banho quente e aconchegar debaixo de um cobertor macio. Pois é! Acho que é isto que toda a gente precisa pelo menos uma vez por ano. Um 'alto e pára o baile' na correria e reaprender a respirar. E esta chuva levou-me a um passeio num parque onde encontrei um senhor a jogar xadrez. E em conversa ele disse-me: 'Olha Neco, não há nem mau nem bom tempo. Há Tempo! E podes sempre desenhar o que quiseres para que esse tempo se torne em algo mais agradável para ti. E se não acreditas nisso, pensa que por cima das nuvens cinzentonas que por vezes escurecem os teus dias existe SEMPRE um sol radiante a iluminar. ' E não é que ele tem razão? Como é que não tinha pensado nisso antes...

segunda-feira, agosto 14, 2006

O rasto de imagens

Finalmente consegui ver o rasto de imagens! Não sei bem porque é que a caixinha das respostas me deu isto quando eu tinha feito uma só pergunta. Ainda estou a pensar porquê?! Mas de qualquer das formas parece-me uma belíssima forma de começar o dia e inspirar para novos deslumbros. O que é que achas? Eu por mim já estou a começar o dia! Aqui vou eu...

(se quiseres ver o rasto de imagens clica aqui e faz o download; descompacta para a mesma pasta e corre a partir da pasta que contém a apresentação e a música; se a música não correr automaticamente as minhas desculpas e põe a música a tocar à parte, obrigado)

quinta-feira, agosto 10, 2006

A caixinha das respostas e segredos...

Estava eu a observar o horizonte e perguntei-me... ‘Onde é a minha casa?’ Pensei, pensei mas não conseguia encontrar a resposta. Nisto lembrei-me de uma história. Um dia tinha ouvido falar de uma caixa especial. Uma caixa que estava escondida ao pé de 3 dentes de leão, daqueles que dá para perguntar ‘O teu pai é careca?’. E como os dentes de leão vão e vêm, só numa altura do ano é que se pode encontrar a caixinha. Essa caixinha guarda sempre as respostas a todas as perguntas que possas ter, bastando para isso fechar os olhos e pensar com muita força e depois abrir a caixa. Ela guardará sempre lá dentro a resposta à tua pergunta. Como é que eu ía encontrar os dentes de leão? Já sei, o Kiro! Chamei por ele, expliquei-lhe e ele levou-me até lá. Falei um pouco com os dentes de leão que me disseram para guardar o segredo do local onde era guardada a caixa, por isso, não vos vou poder dizer (mas podem sempre recorrer ao Kiro como eu fiz). Então veio o momento da minha resposta.... Qual o meu espanto quando de lá de dentro saiu um balão! Ele tinha atado um papel que dizia ‘Neco, devias saber que a tua casa é onde deixas o teu coração...’
Pois, a caixa das respostas tinha razão! Era mesmo lá... e onde é que eu tenho o meu coração, para onde me levou o meu balão? Eu tenho-o soprado com frequência. Acho que deve ser nos brilhos nos olhos e nos sorrisos que vou encontrando pelo caminho! Acho que é essa a minha casa... mas espera há mais qualquer coisa dentro da caixa! Um rasto de imagens?
(espera um pouco enquanto tento ver o rasto de imagens...)

domingo, agosto 06, 2006

Estrelas que passam, e as estrelas que ficam

Tenho reparado à medida que caminho, que há muitos tipos de estrelinhas. Aquelas que passam a correr, aquelas que ficam sempre lá no céu a ilmunar o nosso caminho, aquelas que só reparamos que lá estão às vezes quando o céu está muito limpo ou a lua não esconde o seu brilhar, aquelas que aparecem mais cedo, aquelas que aparecem mais tarde. Todas elas têm a sua beleza. Todas elas representam algo na vida. Todas elas têm o seu significado. Se bem que no meio de tanta estrela que nos ilumina o caminho algumas têm bastante mais importância para nós. Por vezes, ficamos sentados à espera que passe uma daquelas estrelas bem bonitas mas efémeras para nos dar algum sentido à vida e possamos pedir um deslumbro. Um deslumbro que pode ser um desejo que tenhamos bem guardado dentro do balão ou então apenas um obrigado pelo que a vida nos tem reservado. E só de podermos ver uma dessas estrelas é um deslumbro só! E se houvesse uma chuva delas? Seriamos capazes de partilhá-las? Essas estrelas por vezes vivem dentro de nós e só temos é que deixar que elas brilhem para os outros e deslumbrá-los com a nossa luz. Mas também sabe bem ver uma linda estrelinha com um sorriso nos lábios e no olhar... aumenta-nos o brilho nos olhos, que bom!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Visita ao Vale das Essências

Durante uma semanita, andei a passear por um sítio bem bonito. Chamado o Vale das Essências. Aquele sítio, é um sítio onde nas árvores crescem sorrisos, do chão crescem perfumes, pelo rio flui a frescura de uns dias cheios de sol para iluminar o caminho. Estes dias não foram passados sozinho. Lá, vi muita gente! Gente que se consegue ver que o coração a palpitar com uma alegria que é contagiante. Gente que dá gargalhadas sentidas! Gente que dá abraços calorosos! Gente que tem nas mãos um futuro e uma causa para viver, e que quer fazer daquele vale um mundo para viver. Ao mesmo tempo que esse vale transborde para fora daquele espaço e não fique trancado naquele espaço físico. Por vezes temos nas nossas mãos o dom de mudar um pouquinho o nosso mundo e o mundo dos que vivem ao nosso lado, que por mais pequena que seja a mudança valerá sempre a pena desde que sentida. Gostava que as essências lá vividas não fossem levadas pela força dos ventos, pela força do tempo, pela força das quedas. Porque cá fora há um mundo onde se pode 'convidar a sentir o palpitar do coração levando-te pela mão...'!
Não se pode esquecer que há deslumbros que só acontecem uma vez na vida!!!