quarta-feira, julho 26, 2006

Puxar pelo fôlego e mandar segredos

Às vezes quando menos esperamos, um novo fôlego pode surgir dentro de nós! E de um momento para o outro conseguimos soprar com tanta força que para além de encher o nosso balão conseguimos também encher umas bolinhas. Estas bolinhas que ao mesmo tempo que fazem parte de nós, vão levar segredos, confissões, alegrias, olhares, suspiros, sorrisos, sensibilidades para outros. Sabe-se lá a quantidade de quilómetros que estas bolinhas podem fazer e acertar em cheio em alguém que esteja a precisar de alguma destas coisas. Por agora estas bolas que eu daqui mando estão a alegrar-me a vista porque é um deslumbro ver que de dentro de nós podem sair coisas tão bonitas e que às vezes estamos só à espera de ver outro raio de sol para soltar todas estas bolinhas de sabão. Imaginem se toda a gente libertasse bolinhas de sabão? Era giro, parecia que começávamos a voar e andar na lua a saltitar de bola em bola de sabão. Volta e meia uma bolinha rebentava à nossa frente e veriamos o que alguém teria para nós... era só surpresas a toda a hora! Vá soprem com força para inundar o mundo com sorrisos, nem que seja interior...

segunda-feira, julho 24, 2006

Catrapum de afectos

Ai que susto!!! Hoje caí. Caí do alto de um ponto que já nem me lembro como fui lá parar. Talvez em sonhos. Daqueles que até fazem bem porque nos vão enchendo o balão tornando-nos mais leves. E por ali abaixo eu vim. Mas porquê? Porque consegui ver à frente dos meus olhos uma coisa chamada momentos. Momentos de pessoas que se abraçavam com um calor enorme e no olhar guardam uma lágrima, daquelas (que até regam a horta!) de uma cumplicidade tal que pelo que as pessoas me têm contado até já nem é assim tão normal. E a queda começou a meio deste momento de momentos de outros, porque me apercebi que anda meio mundo a querer também este momento de momentos e muitas vezes anda a enganar-se a si e aos outros fechando-se num cubo de gelo. A sorte é que os cubos de gelo também derretem... isto quando encontram o seu sol que lhes dá o aconchego que precisam! Mas a queda até nem doeu porque foi durante o sono e directo para um colchão de flores. Estas flores que temos à nossa volta, que nos vão dizendo para seguir o seu perfume e nos vão dando a curiosidade suficiente para abrir os olhos para o deslumbro de mundo onde podemos ajudar a derreter cubos de gelo ou então mesmo a derretermo-nos a nós?!

Um obrigado às flores sob a forma de almas e sorrisos que amortecem as quedas de quem está a seu lado.

quinta-feira, julho 20, 2006

Dia de regar a horta!

Pois é, hoje é dia de regar a horta! Às vezes é preciso uma boa regadela. Umas vezes porque as flores e os frutos estão viçosos, devemos regar bem para que se mantenham fortes para resistir às intempéries. Ou então, regamo-nos a nós próprios com as nossas próprias alegrias. Noutros dias também se rega quando as flores murcham. Nesses dias, devemos regar para que as flores e os frutos voltem a tomar forma e côr. Mas, por vezes, há mesmo que arrancar tudo da terra e cultivar de novo porque as ervas daninhas se instalaram e não deixam mais o quintal florir. Nessas alturas também devemos regar para tornar a horta bem fértil para dar muitos e belos frutos. Por isso, regar a nossa horta não faz mal nenhum, para um dia se poderem deslumbrar com as cores que lá surgirão. Mas olhem, em conversa com a Rena Toné noutro dia, fiquei em alerta com as regas! Ela disse-me que por vezes se regamos demais a terra podemos inundá-la e fazer com que seja muito difícil cultivá-la de novo. Por isso, reguemos bem mas nos momentos em que é preciso para admirarmos bem o que de bom ela nos dá! Uns bons salpicos na cara nunca magoaram nnguém....

domingo, julho 16, 2006

Feitiço contra o feiticeiro!

Um mês depois de me andar a deslumbrar, o feitiço virou-se contra o feiticeiro! Decidi pintar uma tela daquele miúdo que anda a brincar na fantasia e a desenhar um quadro para além daquilo que muitas vezes os olhos querem ver... com ele vem a música que tantas vezes ouvia quando era criança.

"Lá vem o Miguel, dos olhos de mel
sempre a cavalgar, a galopar no seu crocel
que valente e diligente nos saiu o Miguel!
Lá vem o Miguel dos olhos de mel
E a seu lado corre, pula, salta o cão fiel
Traz uma espada de pau e um chapéu de papel
O cavalo de pau só balança
E é por isso que nunca se cansa.
Para o Miguel também não há horas
A cavalo vai contando histórias
Zás trás pás, com a espada já venci 7 malvados
Com a espada, Miguel, arrancaste os cortinados!
Catrapum, com um soco já venci mais um ladrão
Com um soco, Miguel, atiraste a jarra ao chão!"

Parace que ele não mudou assim tanto!
Vamos continuar a sonhar mais um pouco?

quarta-feira, julho 12, 2006

E o Kiro levou-me...

Nem sabem o que me aconteceu! Decidi-me sentar neste banco de jardim a pensar para onde é que eu queria ir a seguir. Pensei, pensei, pensei... mas só conseguia pensar nas coisas bonitas que queria ver, nas pessoas com um sorriso nos lábios, na brisa leve a bater nos olhitos... onde é esse sítio?? Pedi com tanta força que do chão apareceu este candeeiro. Quer dizer, candeeiro não, o Kiro! Ele disse-me que me podia levar para onde eu quisesse, bastava apenas pensar bem forte e acreditar mesmo que lá poderia ir. Ao fazer isso, ele surge do chão levanta a placa com o nome do destino e aí vamos nós às piruetas e aos saltos pelos trilhos não marcados a fora. Desta vez, parece que o sítio que eu estava a sonhar alto se chamava Alma Terra! Não vos vou contar como foi porque estragava a surpresa para quem ainda não foi lá. Experimentem pedir muito e acreditem que vale a pena lá chegar... é um deslumbro só! Ou então posso-vos levar lá com o Kiro e o banco do jardim...

domingo, julho 09, 2006

Um dia de cada côr

Ahhh pintarolas!! Que delícia...
Hoje descobri uma coisa! Os deslumbros vêm numa caixinha de pintarolas como esta que tenho aqui para me mimar. São como os dias que vão passando! Cada dia é de uma côr. Uns mais alegres, outros mais cinzentos, uns com sol, outros com tempestade, uns com perfume, outros com ventania... Mas por dentro têm sempre aquele chocolate que nos faz água na boca de querer mais um, e outro, e outro, e outro... e que venham mais e mais! Estas são as pintarolas. E estes são os dias que passam na vida e a pintarola de ontem já não a podemos saborear mais. Por isso, vou ver se me deslumbro com cada uma e no final viro-me para o dia e digo 'Ó dia tens cá uma pintarola!!'
Venham de lá essas pintarolas...

quinta-feira, julho 06, 2006

A Rena Tóné

Enquanto respirava fundo para continuar caminho, fiz uma amiga! A Rena Tóné!! Estava lá ela no topo da montanha a berrrrrar e a sorrrrir. Parece que está sempre assim... a sorrrrrrir! É giro ver que há quem goste de arreganhar a tacha como ela o faz. Faz bem só de ver tamanho arreganhanço! O nariz dela vai mudando de côr consoate o seu humor. Umas vezes vermelho, outras vezes azul. Vermelho quando está contente, azul quando está pasmada. Vi que o balão dela era daqueles bem grandes apesar de normalmente o esconder. Se calhar assim, evita que ele possa furar com facilidade. Mas a verdade é que anda sempre lá por cima da montanha e acho que é pela forma como sopra o seu balão. Falámos durante horas e antes de eu partir disse 'Mantém a cabeça erguida, estica o peito para fora. Tu és capaz. Por vezes escurece, mas a manhã chega... Mantém viva a esperança!' Não percebi muito bem o que queria dizer com estas palavras, mas deslumbrei-me com a esperança. Vou ver se a encontro...

sábado, julho 01, 2006

Fado e uma luz

Quando o aroma de casa está longe, é forte o sentir de um outro deslumbro a que alguém deu o nome de saudade. Essa que nos leva ao fado de uma vida que é recordada e outra que é sonhada. Que por vezes cai a pique e outras tantas é lançada como um foguete para o céu a saborear a maresia e uma luz que guia num gesto quente de um abraço apertado ou... um xi-coração! Estes são deslumbros que só quem tem oportunidade de os ter e de ficar privados deles é que sente que este fado pelo qual por vezes suspiramos arde-nos no peito como se essa chama nos quisesse levar para junto daquelas luzes... sabes aquelas que nos são mais familiares e as quais queriamos ter sempre ao nosso lado para aumentar o brilho nos olhos? Sim essas! Mas porque é que algumas luzinhas andam tão rápido que nem dá para se deslumbrarem com os momentos? Pois essas se calhar nem se dão conta dos delumbros que perdem... que pena!
(este deslumbro é inspirado numa fotografia daquele que também se deslumbra pelos caminhos da terra, o meu irmão)