A Nuvem Plim e a Árvore Sorriso

"Olha a nuvem lá bem alto, plim plim plim, faz cair a chuva assim. E a árvore do sorriso, que faz os seus ramos e flores cantarem sem atchim atchim atchim."
Era assim que o rouxinol chilreava enquanto esvoaçava pelos campos quando o encontrei ao final da tarde. Muito engraçado que ele era. E as melodias? Essas nem se falam... deslumbrantes! Este deslumbro tornou-se tão evidente que ele veio poisar no meu ombro a cantar mais uma vez como quem canta à alma. Fiquei tão curioso com essa árvore sorriso que lhe perguntei onde é que a podia encontrar. Ele respondeu que não estava muito longe e, por isso, guiou-me até ela.
Mas que árvore! Que grande, bela, formosa, cheirosa e alegre árvore. Entendia-se facilmente porque é que lhe chamavam a árvore do sorriso. O rouxinol continuava a cantar para a árvore a encantar tudo que se cruzava nas suas notas e melodias. Entretanto, até eu já assobiava para o acompanhar, e decido perguntar-lhe como é que esta árvore podia ser assim tão sorridente?
"Nem sempre foi assim!" começou ele a dizer, ao que eu fiquei muito surpreso, porque aquela árvore tinha uma luz que nunca tinha visto em mais lado nenhum. "Estas cantorias do plim plim plim e do atchim atchim atchim tem uma longa história. É sempre complicado saber a quantidade de água que é preciso dar a uma árvore ou uma flor para ela crescer. Se damos água a mais somos capaz de a constipar ou mesmo a afogar e se dermos de menos ela é capaz de morrer seca e sem vida. E foi isso que aconteceu entre a Nuvem Plim e a Árvore Sorriso. Teve dias em que a Plim julgava que a Sorriso precisava de muita água e quase a afogou, por isso. Mas lá se apercebeu disso e parou de chover sobre ela. Ficou com tanto medo de a voltar a afogar que ficou meses sem chover de novo. O que assustou a Sorriso, mas desta vez por seca. A Plim já não sabia o que fazer para ajudar da melhor forma a Sorriso. Nisto num dia de nevoeiro, a Plim desceu junto da Sorriso e falaram. Tentaram arranjar um sinal entre elas que soubessem quando é que estava no ponto óptimo. E realmente era fácil. A luz e o sorriso que a Árvore Sorriso transbordava era visível desde muito longe. Ela só estava assim quando a água está no ponto per-fei-to! Se tinha água a mais ou a menos começava a perder essa luz e a Plim já sabia o que tinha que fazer."
Que grande lição esta da Plim e da Sorriso. Até fui dar um abraço à Sorriso para sentir de mais perto a sua alegria e me contagiar um pouco mais pela sua luz. A verdade é que isto vai acontecendo por aí vezes sem fim. Para encontrarmos o ponto ideal para a nossa árvore ter a luz per-fei-ta, temos que entender a sua luz e cantar... "Olha a nuvem lá bem alto, plim plim plim, faz cair a chuva assim..."

Nunca é demais agradecer a quem tem torcido por esta alma. Prometo que está para breve o fim da exclusividade do uso das vossas máquinas de lavar em favor da minha pessoa. Se me virem por aí na rua e virem que estou com um andar estranho é porque estou a fazer figas com os dedos dos pés para ver se tudo corre bem e mais rápido :p