domingo, julho 29, 2007

O voo rasante de moliceiro

Tenho andado por vários sítios e conhecido muitas pessoas vindas de todo o lado. De todas as aventuras que vivi nos últimos tempos ficou-me a tarde que passei com um marnoto que me levou a passear num moliceiro. A tarde estava bem agradável com uma brisa fresca a bater na cara. Quis ir ver os recantos de uma bela Ria que às vezes parece esquecida no tempo, mas que é vivida todos os dias por aqueles que da dureza do seu trabalho a respiram... Uma dessas pessoas, um marnoto, estava a passar no seu moliceiro quando eu lhe pedi para o acompanhar, coisa que não me recusou! Dizem que os marnotos e as pessoas que vivem da ria sabem todos os segredos da vida. Fiquei feliz porque pude ouvir isso com os meus próprios ouvidos enquanto o barco era empurrado entre as águas e o marnoto suspirava...

Hoje aprendi, aprendi que a força não se compra
Não se compra nem se vende, ela nasce
Nasce dentro da vida, esta vida que todos temos
Mas que se calhar por vezes nos esquecemos.
Enquanto seres com um coração que nos move
Não podemos deixar de lado a missão que nos é dada
No momento em que decidimos respirar este ar que todos partilhamos
E que não é só o ar... é o ser, o estar e o sorrir.
Se assim o é, porque é que teimamos em fechar os olhos?
Ninguém existe enquanto um fôlego isolado
Existe sim como um conjunto de notas que fazem uma melodia
Com vários compassos que tentam dar ao mundo
Aquele brilho e frescura em que dá vontade de respirar fundo
Esboçar um sorriso, pensar nas alegrias e agradecer...
Agradecer pelas oportunidades que nos vão sendo dadas
Que nos vão fazendo levantar voo, num voo raso pela terra
Para que sintamos os seus vários perfumes
E acima de tudo que sintamos que fazemos parte dela.
E no fim, para que nada seja em vão, o voo
Esse é feito em direcção ao céu na companhia de abraços e brisas suaves
Que chegam a nós e nos inspiram a dizer que valeu a pena...

E olhem que este passeio valeu mesmo a pena, foi um deslumbro que só visto! Queria era saber como é que se fazem esses voos rasantes. Se calhar qualquer dia descubro e depois conto-vos como é!

Já devem ter notado alguma ausência, mas o tempo tem mesmo escasseado e provavelmente tão cedo a regularidade desejada não vai abundar. Por isso, a todos aqueles que até acham piada a estes gatafunhos e rascunhos de conjuntos de palavras peço as minhas sinceras desculpas. Pode ser que a inspiração forte volte um dia, quando é que eu não prevejo! Se alguém souber que me avise :)

"I don't know what it is but it's shinning like a star!" But where is it? E quem se encosta a mim?



um inesquecível ACANAC a quem fôr...

3 Suspiros:

Blogger skywalker suspirou...

Miguel,

Depois deste voo rasante uma brisa para ti e uma para mim...

A força nasce connosco e cresce a cada dia que passa. E cresce mais quanto maiores as dificuldades que nos surgem. É nessa altura que começamos a dar cada vez mais mais importância aos pormenores, às coisas simples e bonitas da vida, como sorrir.

Até já

agosto 14, 2007 9:59 da tarde  
Anonymous Anónimo suspirou...

Caro Gudo,
A tua história fez-me pensar em 2 coisas: a 1ª refere-se ao facto lamentável de nunca ter andado de moliceiro e de ter tanta vontade de o fazer! Uma falha que tenho mesmo de colmatar... Deve ser maravilhosamente tranquilo e docemente salgado!
A 2ª é um conselho... se queres aprender a Voar ("com V grande"), lê o livro "Fernão Capelo Gaivota" de Richard Bach. É sobre uma gaivota que voa como nenhuma outra (ela não voa para sobreviver, vive para voar!) e, por isso, é a indicada para te ensinar! Já o li há muito tempo e a tua história deu-me vontade de o reler! Obrigada por fazeres pensar em bons momentos (vividos e por viver) e boas leituras...

Bons vôos**

agosto 21, 2007 4:37 da tarde  
Blogger DianaPires suspirou...

Gatafunhos bem bonitos, e rabiscos que ilustram bem este deslumbro.

Porque o rabisco está um autêntico deslumbro. (tal como os gatafunhos! )

junho 11, 2009 11:23 da tarde  

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